"E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher..."
(Gn 2,22)
A Paz, A Esperança, A Luta, A Vitória...
...A Mulher, mais do que sempre, está em alta nos debates PJoteiros. É só olhar, e nem precisa ser tão atento assim: Romaria Estadual - "Maria, Mulher que gera vida e libertação"; DNJ - "Juventude e Protagonismo Feminino: Jovens mulheres tecendo relações de vida"...
Assim, é tempo (mais do que sempre) de celebrar todas as mulheres que fizeram e fazem muito parte da construção da Civilização do Amor. Paulas, Cristinas, Bárbaras, Rebecas, Anas, Marias, cada PJoteira...Dorothys...
Segue compartilhado um exemplo de martírio, de luta por seus ideais, de vida, para vivermos o mais intensamente possível a preparação para os próximos eventos...
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DOROTHY MAE STANG,
símbolo de luta defensora das reservas e das unidades de conservação
Sobre a Irmã Dorothy...
Dorothy Mae Stang, conhecida como Irmã Dorothy, foi uma freira norte-americana naturalizada brasileira.
Pertencia às Irmãs de Nossa Senhora de Namur, congregação religiosa fundada em 1804 por Santa Julie Billiart (1751-1816) e Françoise Blin de Bourdon (1756-1838). Esta congregação católica internacional reúne mais de duas mil mulheres que realizam trabalho pastoral nos cinco continentes.
Ingressou na vida religiosa em 1948, e emitiu seus votos perpétuos – pobreza, castidade e obediência – em 1956. De 1951 a 1966 foi professora em escolas da congregação: St. Victor School (Calumet City, Illinois), St. Alexander School (Villa Park, Illinois) e Most Holy Trinity School (Phoenix, Arizona).
Em 1966 iniciou seu ministério no Brasil, na cidade de Coroatá, no estado do Maranhão. Irmã Dorothy estava presente na Amazônia desde a década de 70 junto aos trabalhadores rurais da região do Xingu. Sua atividade pastoral e missionária buscava a geração de emprego e renda com projetos de reflorestamento em áreas degradadas, junto aos trabalhadores rurais da Transamazônia. Seu trabalho focava-se também na minimização dos conflitos fundiários na região. Atuou ativamente nos movimentos sociais no Pará.
A sua participação em projetos de desenvolvimento sustentável ultrapassou as fronteiras da pequena Vila de Sucupira, no município de Anapu, no estado do Pará, a 500 quilômetros de Belém do Pará, ganhando reconhecimento nacional e internacional.
A religiosa participava da Comissão Pastoral da Terra (CPT) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) desde a sua fundação e acompanhou com determinação e solidariedade a vida e a luta dos trabalhadores do campo, sobretudo na região da Transamazônica, no Pará. Defensora de uma reforma agrária justa e consequente, Irmã Dorothy mantinha intensa agenda de diálogo com lideranças camponesas, políticas e religiosas, na busca de soluções duradouras para os conflitos relacionados à posse e à exploração da terra na região Amazônica.
Dentre suas inúmeras iniciativas em favor dos mais empobrecidos, Irmã Dorothy ajudou a fundar a primeira escola de formação de professores na Rodovia Transamazônica, que corta ao meio a pequena Anapu. Era a Escola Brasil Grande.
Irmã Dorothy recebeu diversas ameaças de morte, sem deixar intimidar-se. Pouco antes de ser assassinada declarou: "Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devastar".
Ainda em 2004 recebeu premiação da Ordem dos Advogados do Brasil (seção Pará) pela sua luta em defesa dos direitos humanos.
Falecimento
A Irmã Dorothy Stang foi assassinada, com sete tiros, aos 73 anos de idade, no dia 12 de fevereiro de 2005, às sete horas e trinta minutos da manhã, em uma estrada de terra de difícil acesso, a 53 quilômetros da sede do município de Anapu, no estado do Pará, Brasil.
Segundo uma testemunha, antes de receber os disparos que lhe ceifaram a vida, ao ser indagada se estava armada, Ir. Dorothy afirmou "eis a minha arma!", e mostrou a Bíblia Sagrada. Leu ainda alguns trechos das Sagradas Escrituras para aquele que logo em seguida lhe balearia.
No cenário dos conflitos agrários no Brasil, seu nome associa-se aos de tantos outros homens, mulheres e crianças que morreram e ainda morrem sem ter seus direitos respeitados.
O corpo da missionária está enterrado em Anapu, Pará, Brasil, onde recebeu e recebe as homenagens de tantos que nela reconhecem as virtudes heróicas da matrona cristã.
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